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Mesmo após críticas, Trump defende vigilância de mesquitas nos EUA

Vigilância seria ação de segurança contra o terrorismo.
Alguns republicanos criticaram discurso de Trump contra muçulmanos.

 

O potencial candidato a presidente dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, Donald Trump, defendeu nesta quarta-feira (15) a vigilância de mesquitas como parte de ações de segurança norte-americanas contra o terrorismo, e manteve a sua posição em relação à imigração de muçulmanos, criticada por integrantes de seu partido.

Trump repetiu a sua proposta de proibir a entrada temporária de imigrantes muçulmanos nosEstados Unidos, após um norte-americano muçulmano, filho de imigrantes afegãos, ter matado a tiros 49 pessoas numa boate gay em Orlando, no domingo.

Republicanos proeminentes distanciaram-se dos comentários de Trump sobre os muçulmanos nesta semana.

O empresário de Nova York declarou que, se o responsável pelo ataque nasceu nos EUA, “os seus pais não, e suas ideias não nasceram aqui”.

"Nós temos que talvez checar, de forma respeitosa, as mesquitas, e nós temos que checar outros lugares, pois esse é um problema que, se não resolvermos, vai comer o nosso país vivo”, afirmou Trump em um comício em Atlanta.

Trump defendeu a vigilância de mesquitas em novembro, assim como um banco de dados sobre refugiados sírios que entram nos EUA.

O atirador de Orlando, Omar Mateen, teria agido sozinho, segundo acreditam as autoridades, inspirado por ideologia radical com a qual ele teve contato pela internet.

"Qualquer tipo de extremismo e de violência não é pregado em mesquitas americanas", disse Ibrahim Hooper, diretor de comunicação do Conselho de Relações Islâmico-Americanas. "Na verdade, a pesquisa mostrou que as mesquitas são uma influência moderadora sobre os indivíduos que frequentam."

Donald Trump discursa para apioadores nesta quarta-feira (15) em Atlanta (Foto: REUTERS/Chris Aluka Berry)Donald Trump discursa para apioadores nesta quarta-feira (15) em Atlanta (Foto: REUTERS/Chris Aluka Berry)

Reação ao massacre
Após o massacre na boate Pulse, Trump disse que os Estados Unidos precisam aumentar a sua resposta militar contra o Estado Islâmico, incluindo bombardeios, e prometeu, caso seja eleito, que vai suspender a entrada de imigrantes procedentes de países relacionados, segundo ele, com ameaças terroristas.

O republicano também criticou o presidente Barack Obama por não usar as palavras "islã radical" em seus comentários sobre os assassinatos de Orlando e voltou a pedir uma proibição temporária à entrada de muçulmanos nos EUA.

Há anos o empresário bilionário vem afirmando que Obama é muçulmano em segredo. Em 2011 Trump atraiu atenção de todo o país exigindo que o presidente apresentasse outra cópia de sua certidão de nascimento e disse à Fox News que "talvez ela diga que ele é muçulmano". Obama é um cristão praticante.

Venda de armas
Também nesta quarta, Trump sugeriu proibir a venda de armas para pessoas que figuram em listas de vigilância anti-terrorismo, correndo o risco de arrumar briga com o poderoso lobby das armas e com o seu partido.

Trump, que clama seu apoio ao direito dos cidadãos de portar armas, disse em um tuíte que ele iria reunir-se com líderes da Associação do Rifle (NRA), que apoiam sua candidatura, "a respeito de uma proibição às pessoas que estão na lista de vigilância anti-terrorismo ou uma lista de exclusão de voo de comprar armas de fogo".

Esta sugestão pode colocá-lo em maus lençóis com o lobby, muito poderoso. Na terça-feira, o diretor da NRA escreveu que "restrições, como uma proibição de venda de armas para pessoas em listas de vigilância, são ineficazes, inconstitucionais ou ambos".